O CORAÇÃO BATE À ESQUERDA!
Um panfleto
I. Neste início de século, as questões da relação das guerras capitalistas ou das formas específicas, objectivos e consequências políticas da guerra no capitalismo – as «novas guerras» com as suas ligações entre tecnologias modernas e barbáries «arcaicas», intervenções estrangeiras e antagonismos endógenos – estão omnipresentes no mundo globalizado, reactualizando a «guerra de todos contra todos» (Hobbes). Em 2018, comemora-se o centenário do fim da 1ª GM. Desde aí, que a experiência de profundas crises económicas e sociais, com o seu cortejo de violência e destruição de pessoas e natureza, caracteriza o séc. XX. As visões dos finais dos anos 80, propagandeadas pelo mainstream – uma sociedade internacional, na qual os direitos humanos e o direito internacional determinariam cada vez mais as relações sociais internas e externas dos Estados – revelaram-se um completo fracasso. Desde a «nova era», sucederam-se as «intervenções militares» – a que as potências agressoras se recusam a chamar o que na realidade são: guerras – em Granada, Líbia, Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Gaza, Síria… A agudização das contradições económicas que se constatam na crescente divergência entre pobreza e riqueza, quer no seio das sociedades, quer entre sociedades, aumentou sensivelmente o perigo de eclodirem novas guerras de com enorme potencial destrutivo. Esta agudização demonstra, de novo, a estreita relação entre crise capitalista e guerra. O aumento do orçamento de «defesa» dos países da NATO para 2% do PIB é uma boa nova para a indústria de armamento, mas péssima para os povos.