«Democracia», «Eleições», «Liberdade» e «Ocidente» tornaram-se ideias questionáveis. Principalmente esta última desapareceu. A eleição de Trump é o fim do «Ocidente». Se ainda necessário fosse demonstrar que a democracia liberal se encontra numa profunda crise existencial, a vitória de Trump aí estaria para a confirmar. Bukharin, revolucionário russo, terá dito que a burguesia [classe média…] opta pela democracia, quando não tem medo, mas quando o tem, escolhe o fascismo. A democracia liberal está a perder o seu combate com o capitalismo, agora chamado de economia de mercado.
Assistimos a uma revolução de direita. Quem a apoia, procura respostas que não encontra na arrogância dos liberais bem instalados na vida e não confia na capacidade da esquerda, depois de Clinton nos EUA e a terceira via na Europa. É esta a tragédia da História. Estamos no limiar de uma época autoritária em que Trump, Putin, Erdogan, Netanjahu e , em breve (?) Le Pen se entenderão lindamente. Mas estes também não estão ao lado dos excluídos, estão só ao lado dos que lhes proporcionam o poder. E a esquerda? Rende-se ao Zeitgeist?